A Traição das Metáforas
1.
enquanto as palavras gritam seu silêncio no fundo do
poço eu digo que não calo falo que dois mil e treze já chegou como cachorro
louco mesmo não sendo ainda agosto a fera vozifera entre quatro paredes suas
bestialidades querendo o aplauso que não tem federika está de rosa trazendo na
bandeira a velha sigla: não sou da lapa e não me peçam enredo novo nas escolas
para o próximo carnaval
2.
viver é um poema processo me disse moacy cirne no
balaio vermelho quando matou chico doido de caicó cinelândia em polvorosa na
noite do velório federika nua engarrafava o trânsito na porta do teatro
municipal enq2uanto no presídio federal dos goytacazes macabea ensaiava em vão
a estrela que não sobre federico roubava a cena nas escadarias da câmara dos
vereadores com baudelaire em sua lira do delírio: entre a pele e a flor no asco
com meia sola no sapato meu vapor mais que barato industrial e infonáutico entre
a pele de zinco e o cabelo mar de indecifrável plástico por ente os bronzes do
teu pelo entre a flor e o vaso de barro na home page ou no carro na camisinha
de vênus vírus h corroendo em vita plus ou na sala meu olho gótico TVendo brazilírica
lâmpada fala por um fio ou tanto quase cento e dez em cada fase não sendo assim
acaba sendo debaixo da saca a escada torta pássaro sem teto acima do delírio
coração de porco crava no oco da noite a faca cega punhal de cinco estrelas na
constelação do cão maior por onde ursula nua passeia dédala de dandi deusa de
dali lua de dadá no coração do pintor sem fronteiras debaixo do pé de abóbora
acima do pé de cajá malásia não é aqui espanha não alé mar salvador não é dali
itamarati itamaracá constelação ursa menor pra dadá meu coração pra dedé não
sou cantor quando quero quero mesmo espuma nylor pele tecido isopor
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