sábado, 23 de abril de 2011

Brisa - cinema possível

Brisa – um Filme de Jiddu Saldanha – Projeto Cinema Possível

Brisa é o primeiro filme do projeto Cinema Possível em HD, finalizado em Abril de 2011. No elenco: May Pasquetti, Artur Gomes e Jorge Ventura. Música de Marko Andrade, direção de Jiddu Saldanha. Poemas de Eliakin Rufino, Herbert Emanuel, Artur Gomes, etc... Este filme é dedicado àqueles que amam a poesia!

Jiddu Saldanha – Palavras do Diretor


meus lábios em teus ouvidos
flechas netuno cupido
a faca na língua a língua na faca
a febre em patas de vaca
as unhas sujas de Lorca
cebola pré sal com pimenta
tempero sabre de fogo
na tua língua com coentro
qualquer paixão re/invento

o corpo/mar quando agita
na preamar arrebenta
espuma esperma semeia
sementes letra por letra
na bruma branca da areia
sem pensar qualquer sentido
grafito em teu corpo despido
poemas na lua cheia


por que te amo
e amor não tem pele nome ou sobrenome
não adianta chamar
que ele não vem quando se quer
porque tem seus próprios códigos e segredos
mas não tenha medo
pode sangrar pode doer
e ferir fundo
mas é razão de estar no mundo
nem que seja por segundo
por um beijo mesmo breve
por que te amo
no sol no sal no mar na neve

                           
saiba mais sobre Brisa aqui: http://curtabrisa.blogspot.com



terça-feira, 19 de abril de 2011

juras secretas


Jura secreta 7

fosse Sampa uma cidade
ou se não fosse não importa
essa cidade me transporta
me transborda me alucina
me invade inter fere na retina
com sua cruel beleza

como Oswald de Andrade
e sua realidade
como Mário de Andrade
e sua delicadeza

Jura secreta 6

o que passou não ficará já foi
a menina dos meus olhos
roubou a tua menina
e levou para festa do boi

fosse um Salgado Maranhão
nosso batismo de fogo
25 de março
e o morro queimando em chamas
no canto pro tempo nascer

e o amor que a gente faria
o sol acabou de fazer

Jura secreta 5

não fosse essa alga
queimando em tua coxa
ou se fosse e já soubesse
mar o nome do teu macho
o amor em ti consumiria

Olga Savary
no sumidouro dos meus dias

o couro cru
na antropofágica erótica
carne viva
tua paixão em mim
voraz língua nativa

Jura secreta 4


a menina dos meus olhos
com os nervos à flor da pele
brinca de bem-me-quer
ela inda pensa que é menina
mas já é quase uma mulher

Jura secreta 3

fosse essa jura sagrada
como uma boda de sangue
às 5 horas da tarde
a cara triste da morte
faca de dois gumes
naquela nova granada
e Federico Garcia Lorca
naquela noite de Espanha
não escrevesse mais nada


domingo, 10 de abril de 2011

juras secretas




artur gomes



Jura secreta 2

não fosse esse punhal de prata
mesmo se fosse e eu não quisesse
o sangue sob o teu vestido
o sal no fluxo sagrado
sem qualquer segredo

esse rio das ostras
entre tuas pernas
o beijo no instante trágico
a língua sem que ninguém soubesse
no silêncio como susto mágico
e esse relógio sádico
como um Marquês de Sade
quando é primavera

Jura secreta 1

a língua escava entre os dentes
a palavra nova
fulinaimânica/sagarínica
algumas vezes muito prosa
outras vezes muito cínica

tudo o que quero conhecer:
a pele do teu nome
a segunda pele o sobrenome
no que posso no que quero

a pele em flor a flor da pele
a palavra dândi em corpo nua
a língua em fogo a língua crua
a língua nova a língua lua

fulinaímica/sagaranagem
palavra texto palavra imagem
quando no céu da tua boca
a língua viva se transmuta na viagem
Jura Secreta

não fosse essa jura secreta
mesmo se fosse e eu não falasse
com esse punhal de prata
o sal sob o teu vestido
o sangue no fluxo sagrado
sem nenhum segredo

esse relógio apontado pra lua
não fosse essa jura secreta
mesmo se fosse eu não dissesse
essa ostra no mar das tuas pernas
como um conto do Marquês de Sade
no silêncio logo depois do susto