quinta-feira, 29 de novembro de 2012

jura secreta 54



moro no teu mato dentro
não gosto de estar por fora
tudo que me pintar eu invento
como o beijo no teu corpo agora

desejo-te pelo menos enquanto resta
partícula mínima micro solar floresta
sendo animal da mata atlântica
quântico amor ou meta física
o que em mim não tem respostas

metáfora d´alquimim fugaz brazílica
beijo-te a carne que te cobre os ossos
pele por pele pelas tuas costas

os bichos amam em comunhão na mata
como se fosse aquela hora exata
em que despes de mim o ser humano
e no corpo rasgamos todo pano
e como um deus pagão pensamos sexo.

Artur Gomes
ooéticas fulinaímicas
in Poesia do Brasil – Vol. 15
Proyecto Cultural Sur Brasil – Grafitte Editora

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Mostra Cine Vídeo - IFF 30/11 - 16h



Mostra Cine Vídeo IFF Campus Campos Centro
Dia 30 novembro 2012 - 16h
Local: Auditório Miguel Ramalho - IFF
Campus Campos Centro - Rua Dr. Siqueira, 273
Campos dos Goytacazes-RJ

SagaraNAgens Fulinaímicas

guima
meu mestre guima
em mil perdões
eu vos peço
por esta obra encarnada
na carne cabra da peste
da hygia ferreira bem casta
aqui nas bandas do leste
a fome de carne é madrasta

ave palavra profana
cabala que vos fazia
veredas em mais sagaranas
a morte em vidas severinas
tal qual antropofagia
teu grande serTão vou cumer

nem joão cabral severino
nem virgulino de matraca
nem meu padrinho de pia
me ensinou usar faca
ou da palavra o fazer

a ferramenta que afino
roubei do meste drummundo
que o diabo giramundo
é o narciso do meu Ser

arturgomes

domingo, 4 de novembro de 2012

Blues & Jazz no Sesc Campos




Jazz Free Som Balaio
Para Moacy Cirne
gravada no CD fulinaíma sax blues poesia

ouvidos negros Miles trumpete nos tímpanos
era uma criança forte como uma bola de gude
era uma criança mole como uma gosma de grude
tanto faz quem tanto não me fez
era uma ant/Versão de blues
nalguma nigth noite uma só vez

ouvidos black rumo premeditando o breque
sampa midnigth ou aversão de Brooklin
não pense aliterações em doses múltiplas
pense sinfonia em rimas raras
assim quando desperta do massificado
ouvidos vais ficando dançarina cara
ao Ter-te Arte nobre  minha musa Odara

ao toque dos tambores ecos sub/urbanos
elétricos negróides urbanóides gente
galáxias relances luzes sumos prato
delícias de iguarias que algum Deus consente
aos gênios dos infernos
que ardem gemem Arte
misturas de comboios das tribos mais distantes
de múltiplas metades juntas numa parte

Artur Gomes
poeta.ator.vídeo.maker

Fulinaíma Produções
(21)6964-4999
 (22)9815-1266

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Ind/Gesta



ê fome negra incessante
febre voraz gigante
ê terra de tanta cruz

onde se deu primeira missa
índio rima com carniça
no pasto pros urubus

ponho meus dedos cínicos no teu corpo em fossa
proclamando o que ainda possa vir a ser surpresa
porque amor não te essa de cumer na mesa
é caçador e caça mastigando na floresta
toda tesão que resta desta pátria indefesa

meto meus dedos cínicos sobre tuas costas
vou lambendo bostas destas botas neo-burguesas
porque meu amor não tem essa de vir a ser surpresa
é língua suja e grossa visceral ilesa
pra lamber tudo que possa vomitar na mesa
e me livrar da míngua desta língua portuguesa

neste país de foto & palha
se falta lenha na fornalha
uma mordaz língua não falha
cospe grosso na panela
da imperial tropicanalha

não me metam nestes planos
verdes/amarelos
meus dentes vãos/armados
nem foices nem martelos
meus dentes encarnados
alvos brancos belos
já estão desenganados
desta sopa de farelos

arturgomes