sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

BRISA: O FILME



“BRISA” é o primeiro filme do projeto Cinema Possível realizado em HD e o 18º desde 2007. Contamos com a participação dos artistas: Artur Gomes, May Pasquetti e Jorge Ventura além de uma bela trilha sonora criada por Marko Andrade. Roteiro, direção e montagem de Jiddu Saldanha.


Jiddu Saldanha entrevista Artur Gomes para o projeto Cinema Possível
Leia no blog: http://curtabrisa.blogspot.com/2011/01/artur-gomes-entrevista_9413.html

artur gomes sampleando
http://www.advivo.com.br/categoria/autor/artur-gomes

Jura secreta 13

o tecido do amor já esgarçamos
em quantos outubros nos gozamos
agora que palavro itaocaras
e persigo outras ilhas
na carne crua do teu corpo
amanheço alfabeto grafitemas
quantas marés endoidecemos
e aramaico permaneço doido e lírico
em tudo mais que me negasse
flor de lótus flor de cactos flor de lírios
ou mesmo sexo sendo flor ou faca fosse
hilda hilst quando então se me amasse
ardendo em nós salgado mar
e olga risse
olhando em nós
flechas de fogo se existisse
por onde quer que eu te cantasse
ou amavisse


a lavra da palavra quero
onde mayara bruma já me diz espero
saliva na palavra espuma
onde tua lavra é uma
elétrica pulsação de eros
a dançado teu corpo vero
onde tua alma luna
e o meu corpo impluma
valsa por laguna em beijos e boleros

fosse esta menina Monalisa
ou se não fosse apenas brisa
diante da menina dos meus olhos
com esse mar azul nos olhos teus

não sei se MichelÂngelo
Da Vinci Dalí ou Portinari te anteviram
no instante maior da criação
pintura de um arquiteto grego
quem sabe até filha de Zeus

e eu Narciso amante dos espelhos
procuro um espelho em minha face
para ver se os teus olhos
já estão dentro dos meus

artur gomes
http://juras-secretas.blogspot.com/

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

porque hoje é 25 de janeiro










Jura secreta 7

fosse sampa uma cidade
ou se não fosse não importa
essa cidade me transporta
me transborda me alucina
me invadeinter fere na retina
com sua cruel beleza

como Oswald de Andrade
e sua realidade
como Mário de Andrade
e sua delicadeza

sampleAndo sempre ando da paulista a lapa passando pela consolação barra funda até a estação da luz desde que com federico baudelaire encenávamos pelas unidades do SESC os Retalhos Imortais do SerAfim revisitando recriando detalhes da obra de Mário e Oswald de Andrade pelos idos de 96 e depois já 2005 com a fulinaíma levávamos poesia e blues com os outros bárbaros ao Itaú Cultural desde há muito São Paulo sofre as conseqüência da gana do homem em querer transformar em concreto tudo o que é natural sem querer se preocupar que a natureza um dia possa dar o troco lembro-me agora de filmes como O Homem que Virou Suco e Marvada Carne que nos mostram como uma cidade por engolir o homem tal qual uma teia de aranha envolve a mosca e mastiga a presa até a morte mas como dizia o mestre Raul eu sou a mosca que pousou na sua sopa

com os seus dentes de concreto são paulo é quem me devora
e selvagem devolvo a dentada na carne da rua Aurora

sampleAndo um passeio por sampa ao som da guitarra de Fil Buc –
com a participação especialíssima da musa dos pampas Érica Ferri


SampleAndo

o poema pode ser um beijo em tua boca
carne de maçã em maio
um tiro oculto sob o céu aberto
estrelas de neon em vênus
refletindo pregos no meu peito em cruz
na paulista consolação na água branca barra funda
metal de prata desta lua que me inunda
num beijo sujo como a estação da luz
nos vídeosfilmes de TV eu quero um clipe
nos teus seios quentes
uma cilada em tuas coxas japa
como uma flecha em tuas costas índia
ninja, gueixa eu quero a rota teu país ou mapa

teu território devastar inteiro
como uma vela ao mar de fevereiro
molhar teu cio e me esquecer na lapa

artur gomes
http://artur-gomes.blogspot.com/

sábado, 8 de janeiro de 2011

cinema possível






BRISA” é o primeiro filme do Projeto Cinema Possível realizado em HD e o 18º Filme do Projeto desde 2007. O filme conta com a participação dos artistas Artur Gomes, May Pasquetti e Jorge Ventura e com uma bela trilha sonora criada por Marko Andrade.

Trata-se de um cine-poema realizado em outubro de 2010 nas cidades de Bento Gonçalves – RS, Porto Alegre – RS, Cabo Frio – RJ e Rio de Janeiro – RJ. Com finalização prevista para março de 2011.

Sinopse
Musa, perdida em meio a uma crise existencial, encontra dois poetas que buscam preencher seus vazios recitando poemas pelos mais remotos lugares do Brasil. É numa tarde em um hotel que ambos, após participarem do lançamento de "Havana", do escritor Airton Ortiz, se dão conta de que a vida não é vazia e sim repleta de possibilidades.

Brisa, a musa dos poetas, resolve sair em busca de uma conexão maior com a poesia e encontra, ao lado dos poetas, os momentos que a fazem viver a plenitude do mundo mágico das palavras.

Argumento
A idéia do filme “BRISA” surgiu no XVIII Congresso Brasileiro de Poesia, em 2010, num momento de crise do evento, onde a mudança política da cidade sede deixou uma pergunta no ar: qual a possibilidade de continuidade ou não deste histórico momento anual consagrado à poesia?

Jiddu Saldanha e Jorge Ventura vinham discutindo a possibilidade de criar um filme, onde ficasse evidente toda a reflexão suscitada pelo momento que cada um estava vivendo em relação ao evento e à vida como um todo.

Algum tempo depois, o poeta Artur Gomes surge com seu encantamento eterno, trazendo para junto de Jiddu e Jorge a atriz e poeta May Pasquetti. Percebendo um ar de angústia e muita sensibilidade no olhar de May, Jiddu percebe ter nela a figura da personagem “Brisa”, uma musa solitária que busca na sua beleza imediata as respostas para os grandes vazios da existência.

Ao entrar em contato com a obra musical de Marko Andrade, Jiddu percebe o casamento perfeito entre os artistas e poetas e a sonoridade de um dos mais significativos parceiros do projeto Cinema Possível. Conclui-se assim a idéia do primeiro filme em HD do projeto.

Desdobramentos para 2011
O filme “BRISA” além de ser o primeiro filme do projeto Cinema Possível em HD, conta com um trabalho meticuloso e uma proposta de lançamento diferenciado, o que dá aos nossos projetos um olhar mais amplo, alargando a proposta de fazer um cinema pessoal e aberto a múltiplas possibilidades estéticas.

Fiel à nossa filosofia de trabalhar em rede com artistas que produzem sua própria linguagem/obra, buscamos a evidência de um filme que não está preocupado em ser “genial” e nem propõe qualquer tipo de “mudança” no cenário audiovisual. Queremos e buscamos a expressão de uma linguagem onde a obra encontre seu público e a partir dele amplie seu discurso e reflexão

saiba mais aqui: http://curtabrisa.blogspot.com/


Jura secreta 34

por que te amo
e amor não tem pele nome ou sobrenome
não adianta chamar
que ele não vem quando se quer
porque tem seus próprios códigos e segredos
mas não tenha medo
pode sangrar pode doer
e ferir fundo
mas é razão de estar no mundo
nem que seja por segundo
por um beijo mesmo breve
por que te amo
no sol no sal no mar na neve

arturgomes
http://juras-secretas.blogspot.com/