segunda-feira, 17 de outubro de 2011

o amor é cruel


O amor é cruel

Poesia no cone manifesto

o risco


atravessar as portas
ultrapassar janelas
paredes muros cidades
o risco
de te matar
saudade
dentro da boca que quero
de penetrar garganta
laringe esôfago estômago
enquanto
dançamos bolero
sendo um tango
enquanto fado
arrisco
o beijo guardado
num copo de vinho
ou de menta
sabor de pimenta
e alho

e o doce mel da pimenta
enquanto a palavra
entra
pelos teus olhos e abras
teu cais do porto
fechado

arrisco
meus dedos e dados
nos lances mais atrevidos
dos nossos sextos sentidos
por tudo que foi esperado

artur gomes

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