quinta-feira, 11 de agosto de 2011

não fosse essa jura seceta



não fosse essa jura secreta
músculo de poeta que se move
retesado quando o teu olhar me aflora
falaria de algum mar que não conheço
imaginário como os girassóis entre os teus pêlos
e a flor de lótus que amanhece estrela
se abrindo em conchas no teu céu da boca
quando ponho a fala no teu abstrato
como  fosse o vinho  todo absinto
quando sinto o tempo solidão não sinto
atravesso a noite quando atravesso
o teu pulsar lá dentro  no teu mundo entro

por quanto tempo queres quietinha
contar minhas mãos e os meus dedos
se eles querem em segredo
fazer cócegas no teu ventre
passear por tuas pernas entre
a pele e o tecido que te veste

se queres o meu amor absoluto
te entrego o líquido e o bruto
muito mais que amor perfeito
tudo mais que do meu corpo queres ter
a flor que pulsa em minha carne no  meu osso
e faz de mim um novo ser em alvoroço
quando é possível estar bem dentro de você

arturgomes

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