meu labirinto solto
na vertigem da tarde
tudo enquanto arde
do outro lado do dia
não tenha medo
sempre haverá poesia
mesmo quando não tocar teu corpo
e as formigas não alcançarem
o açúcar desejado
meu coração alado
cantará um rock na sessão das cinco
teu coração aflito soltará o grito
entalado na garganta
o cinema inteiro explodirá na tela
a pólvora do pavio
e como amante turca me beijará na urca
doida com0 o cio
e não bastaria as sextas feiras da lapa
samba reggaes ou tapa
enquanto a outra cidade dorme
com balas atravessadas nas casas
entregues ao destino da sorte
quando a vida é o que menos importa
se a língua da noite é torta
e o veneno da morte
está tampado nas latas
e o leblon arde em chamas
toda volúpia nas camas
na madrugada o desafio
não bastaria todo medo
que ela sempre teve de me entregar a boca
agora como louca musa voraz insana
despeja em copacabana
toda voragem desse Rio
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