sexta-feira, 18 de março de 2011

porrada lírica





fosse pimenta
fruta farta
felicidade
tua voz seria
sereia mar
marina maresia
fogueira acesa
no teu corpo santo
como farol
de lua
pra espantar
quebranto


porrada lírica

grávida lesma
passeia lentamente
na calçada rente
a vida por um fio
o tempo
preso no seu ventre
como se derepente
mergulhasse fundo no rio



bolero blue

beber
desse conhac
em tua boca
para matar a febre
nas entranhas
entredentes
indecente é a forma
que te como
bebo ou calo
e se não falo
quando quero
na balada
ou
no bolero
não é por falta
de desejo
é
que a fome
desse beijo
furta
qualquer outra
palavra
presa
como caça
indefesa
dentro
da carne
que não sai

Nenhum comentário:

Postar um comentário