antes
que alguém morra
escrevo
prevendo a morte
arriscando a vida
antes
que seja tarde
e
que a língua da minha boca
não cubra mais
tua ferida
amada
de muitos sonhos
e pouco sexo
deposito a minha boca
no teu cio
e uma semente fértil
nos teus seios
como um rio
o que me dói
é ter-te
devorada
por estranhos olhos
e
deter impulsos
por fidelidade
ó terra
incestuosa
de prazer e gestos
não me prendo ao laço
dos teus comandantes
só me enterro
a fundo
nos teus vagabundos
com um prazer de fera
e um punhal
de amante
artur gomes
in Suor & Cio – 1985
http://artur-gomes.blogspot.com
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