Marçal Tupãmeu coração marçal tupã
sangra tupy & rock and roll
meu sangue tupiniquim
em corpo tupinambá
samba jongo maculelê
maracatu boi bumbá
a veia de curumim
é coca cola & guaraná
Fulinaimagemo que trago embaixo as solas
dos sapatos é fato
bagana acesa sobra do cigarro é sarro
dentro do carro
ainda ouço jimmi hendrix quando quero
dancei bolero sampleando rock and roll
prá colher lírios há que se por o pé na lama
a seda pura fotosíntese do papel
tem flor de lótus nos bordéis copacabana
procuro um mix da guitarra de santana
coms os espinhos da Rosa de Noel
pontal.foto.grafiaAqui,
redes em pânico
pescam esqueletos no mar
esquadras - descobrimento
espinhas de peixe convento
cabrálias esperas relento
escamas secas no prato
e um cheiro podre no
AR caranguejos explodem
mangues em pólvora
Ovo de Colombo quebrado
areia branca inferno livre
Rimbaud - África virgem -
carne na cruz dos escombros
trapos balançam varais
telhados bóiam nas ondas
tijolos afundando náufragos
último suspiro da bomba
na boca incerta da barra
esgoto fétido do mundo
grafando lentes na marra
imagens daqui saqueadas
Jerusalém pagã visitada
Atafona.Pontal.Grussaí
as crianças são testemunhas:
Jesus Cristo não passou por aquiMiles Davis fisgou na agulha
Oscar no foco de palha
cobra de vidro sangue na fagulha
carne de peixe maracangalha
que mar eu bebo na telha
que a minha língua não tralha?
penúltima dose de pólvora
palmeira subindo a maralha
punhal trincheira na trilha
cortando o pano a navalha
fatal daqui Pernambuco
Atafona.Pontal.Grussaí
as crianças são testemunhas:
Mallarmè passou por aquibebo teu fato em fogo
punhal na ova do bar
palhoças ao sol fevereiro
aluga-se teu brejo no mar
o preço nem Deus nem sabre
sementes de bagre no porto
a porca no sujo quintal
plástico de lixo nos mangues
que mar eu bebo afinal
?
baby é cadelinhadevemos não ter pressa
a lâmina acesa sob o esterco de Vênus
onde me perco mais
me encontro menos
de tudo o que não sei
só sabe mais quem menos sabe
sabre de mim baioneta estética
cortando os versos do teu descalabro
visto uma vaca triste
como a tua cara
estrela cão gatilho morro:
a poesia é o salto de um varadisse-me uma vez só quem não me disse
ferve o olho do tigre enquanto plasma
letal a veia no líquido do além
cavalo máquina
meu coração quando engatilho
devemos não ter pressa
a lâmina acesa sob os demônios de Eros
onde minto mais
porque não veros
fisto uma festa mais que tua Vera:
cadela pão meu filho forro:
a poesia é o auto de uma feradevemos não ter pressa
a lâmina acesa sob os panos
quem incesta?
perfume o odor final do melodrama
sobras de mim papel e resma
impressão letal
dos meus dedos imprensados
misto uma merda amais que tua garra:
panela estrada grão socorro:
a poesia é o fausto de uma farrajazz free som balaioouvidos negros Miles trumpete nos tímpanos
era uma criança forte como uma bola de gudee
ra uma criança mole como uma gosma de grude
tanto faz quem tanto não me feze
ra uma ant/versão de blues
nalguma nigth noite uma só vez
ouvidos brack rumo premeditando o breque
Sampa midinigth ou aversão de Brooklin
não pense aliterações em doses múltiplas
pense sinfonia em rimas raras
assim quando despertas do massificado
ouvidos vais ficando dançarina cara
ao ter-te arte nobre minha musa Odara
ao toque dos tambores ecos sub/urbanos
elétricos negróides urbanóides gente
galáxias re/lances luzes sumos pratos
delícias de iguarias que algum deus consente
aos gênios dos infernos que ardem arte
misturas de comboios das tribos mais distantes
de múltiplas metades juntas numa parte
Tropicalirismogirassóis pousandoNu teu corpofestabeija-flor serestapoesia fosseesse sol que emanado teu foro fartolambuzando a uvade saliva doceJura secreta 13o tecido do amor já esgarçamos
em quantos outubros nos gozamos
agora que palavro itaocaras
e persigo outras ilhas
na carne crua do teu corpo
amanheço alfabeto grafitemas
quantas marés endoidecemos
e aramaico permaneço doido e lírico
em tudo mais que me negasse
flor de lótus flor de cactos flor de lírios
ou mesmo sexo sendo flor ou faca fosse
Hilda Hilst quando então se me amasse
ardendo em nós salgado mar
e Olga risse
olhando em nós
flechas de fogo se existisse
por onde quer que eu te cantasse
ou amavisse